Idioma ou Dialeto ?
Do ponto de vista
linguístico não há nada que distinga língua
de dialeto. Ambos têm léxico e
gramática e quem fala um idioma e um dialeto regional é tão bilíngue quanto
quem fala dois idiomas.
Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer expressão lingüística que
não seja reconhecida como língua oficial de um país. Afinal, a
tradicional distinção entre língua e dialeto está fundada em critérios mais
políticos do que lingüísticos. Em geral, o que faz uma língua ser considerada dialeto
e não idioma é a ausência de literatura ou de tradição literária, o seu
não-reconhecimento pelo Estado ou mesmo a sua falta de prestígio. É preciso
lembrar que algumas línguas ágrafas,
como as nativas da África, Ásia e América, têm rica literatura oral,
transmitida por gerações em séculos. E através de estatísticas realizadas
recentemente e expostas no livro Ethnologue, das 7.015 línguas catalogadas mais de 5.500 são
faladas nestas regiões.
Há que se frisar, que os critérios estabelecidos são flexíveis e nem
sempre tão claros e certas distinções são imprecisas, posto que dialetos
ininteligíveis são unidos em um único idioma se compartilham uma mesma
literatura ou outra herança cultural.
Surgido em 1951 o guia de idiomas foi elaborado para missionários
cristãos, entretanto hoje é muito usado por empresas globais, governos e
instituições privadas. O guia , ao contrário do que muitos linguistas
preconizam, vem acrescentando a cada edição, mais idiomas. A penúltima ,em
2005, listava 6.912. Esta dissonância ocorre pela subjetividade dos critérios
analisados, dependendo de como se classifica dialeto ou idioma e como
bem afirma Paul Lewis ( linguista que administra o guia) “idioma é como mingau de aveia , tudo é muito vago perto das
extremidades”.
O que se pode afirmar com certeza é que muitas línguas desaparecerão por
pressão dos idiomas de cultura, seja
o idioma nacional do país, seja o inglês como língua global e dominante na área
de “business”.
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