A Spanish Roadtrip from The Perennial Plate on Vimeo.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Brasil : Línguas Esquecidas
O Brasil é uma das maiores nações multilíngues do mundo , entretanto, o terceiro com maior número de línguas ameaçadas de extinção. Das 180 línguas catalogadas pelo Atlas e referendadas pela Funai , 45 estão em situação crítica e o restante em perigo ou vulneráveis.
Ao certo não se pode precisar o número de línguas faladas no território nacional; pelo Censo do IBGE de 2010 teríamos 274 línguas divididas entre as 305 etnias indígenas existentes , já o relatório do Museu Goeldi aponta para 154 .O que não deixa dúvidas é que um quarto conta com menos de cem falantes , algumas já morreram e outras tantas estão em processo rápido de extinção.
Angel Corbera Moli , etimologista e professor de Línguas Indígenas na Unicamp , e de acordo com estudos da UnB , enfatiza que praticamente todas as línguas faladas ,desde o período colonial ,nas atuais regiões do Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil desapareceram . Quando da chegada dos portugueses no Brasil existiam mais de 1000 línguas indígenas, hoje 15% apenas conseguiram sobreviver a aculturação.
Índios no Brasil: 200 povos , 180 línguas
Quase 50% dos índios vivem fora de suas reservas de origem e destes , somente 12% falam seu idioma materno. O Tikuna , do Alto Amazonas , é o idioma indígena com mais falantes no Brasil ( em torno de 3.000) e que ainda , por sorte, consegue preservar sua cultura . O que mais corrobora com a estatística da extinção das línguas de origem é que menos de 40% dos que se declaram indígenas fala a língua de sua etnia . E ao contrário do que se pensa, apenas 17% desconhece a língua portuguesa.Talvez porque mais de 35% dos indígenas vivem em cidades e os programas de inclusão social não fornecem as condições efetivas para o exercício PLENO dos seus direitos.
Apesar disso, nos últimos anos , temos visto um processo gradual de valorização e incentivo ao bilinguismo. Aumentar o interesse dos mais jovens na revitalização das línguas indígenas de herança, transformar em orgulho a riqueza multilíngue e pluricultural através do ensino ( básico ao superior) ,proteção das línguas e culturas originárias é um caminho que começa a ser trilhado como política governamental e cidadania.
Como exemplo , deveríamos aprender com Papúa Nova Guiné, um país sem muito poder aquisitivo mas com uma vontade enorme de preservar suas 823 línguas restantes. Com uma política de governo forte exigiu a inclusão do aprendizado da língua vernácula nos primeiros anos de educação infantil com uma transição gradual para o idioma de instrução , reformando a política de exclusividade do inglês da década de 1950.
Mostrar para a sociedade que , com o desparecimento das línguas indígenas, o país perde diversidade, história ,identidade, memória cultural e patrimônio intelectual vasto e complexo.
TODAS AS LÍNGUAS SÃO PRECIOSAS .
QUANDO PERDEMOS UMA LÍNGUA PERDEMOS UMA VISÃO DE MUNDO , UMA IDENTIDADE ÚNICA E UM DEPÓSITO DE CONHECIMENTO.
MAIS QUE ISSO, PERDEMOS DIVERSIDADE E DIREITOS HUMANOS. NA ERA DA INFORMAÇÃO E APREGOAÇÃO DE DIREITOS NADA MAIS JUSTO QUE UMA DIVERSIDADE ENTRE IGUAIS.
UM ANCIÃO NAVAJO DISSE:
SE VOCÊ NÃO ABRE SEUS OLHOS,
NÃO HÁ CÉU.
SE NÃO ESCUTA,
NÃO HÁ ANCESTRAIS.
SE NÃO RESPIRA,
NÃO HÁ AR.
SE NÃO CAMINHA,
NÃO HÁ TERRA.
SE NÃO FALA,
NÃO HÁ MUNDO.
(Yamamoto – Sabedoria Tribal e o Mundo Moderno)
O povo brasileiro através da cultura indígena na visão de Darcy Ribeiro : seus hábitos , sua língua, sua forma de ver o mundo.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
CINCO PRINCIPAIS RAZÕES PARA O DESAPARECIMENTO DAS LÍNGUAS
Mais de um terço das línguas faladas no mundo estão ameaçadas de extinção porque as pessoas deixam de usar sua língua de herança , digamos aquela falada por seus familiares e ancestrais , para usar a língua política ou economicamente dominante.
Os casos mais críticos acontecem quando há pouco mais de uma dezena de falantes mais velhos que usam uma língua de maneira parcial e não frequente ou mesmo quando a segunda geração ( os pais) não repassam o conhecimento do idioma para os filhos e nem mesmo falam entre si utilizando aquela língua materna.
Para os linguistas a principal ameaça não é o reduzido número de pessoas que falam uma língua, mas a falta de uso, já que os idosos que a conhecem, sem ter com quem praticá-la, começam a esquecer o vocabulário e a gramática. Para eles , o mínimo a se fazer é registrar o idioma de forma escrita para que ele não se perca no tempo.
Quando perdemos uma língua, perdemos uma visão do mundo, uma identidade única e um depósito de conhecimento. Perdemos diversidade e direitos humanos.
Segundo o Museu Goeldi, com a morte das línguas também se perdem conhecimentos culturais, econômicos e até medicinais, que já não podem ser transmitidos pelos idosos por não terem como se comunicar com os mais jovens.
As 5 principais causas do desaparecimento das línguas no mundo atual são :
1. A língua de educação formal não é a língua de herança da criança, então ela não a aprende totalmente. Neste caso o Atlas Interativo de Línguas em Perigo define esta situação como vulnerável, já que restringe a utilização da língua materna a certos espaços restritos, principalmente o lar.
2. Os meios de comunicação, de entretenimento e outros produtos culturais usam, quase sem exceção, as línguas dominantes.
Ranking 2013 realizado pelo
Institut für Medien- und Kommunikationspolitik
· Ranking - Die 50 größten Medienkonzerne 2013*3. Os mercados de trabalho exigem conhecimento das línguas dominantes em detrimento das línguas de herança. As línguas dominantes têm maior status, enquanto as línguas de herança têm status inferior. Na África Oriental , por exemplo o suaíli ameaça 30 dialetos na Tanzânia , sendo falado desde o sul da Somália até o norte de Moçambique. Geograficamente dominante desperta o interesse dos jovens para seu aprendizado.
A Língua Swahili
4. A urbanização, a migração e a mobilidade no emprego levam à desintegração das comunidades linguísticas.
Segundo dados do PNUD em 2011, cerca de 213,3 milhões de pessoas vivem fora do país de nascimento , cerca de 60% segue de um país em desenvolvimento rumo a outro no mesmo estágio mas com IDH melhor. Outros 37% dos emigrantes vão para países desenvolvidos como EUA, Alemanha, França e Inglaterra .
5. Catástrofes humanas e naturais
Do total de migrantes do planeta , em torno de 10,5 milhões são refugiados ou emigrantes forçados em razão de desastres ambientais,conflitos ou perseguições religiosas e políticas. Este número pode chegar , dependendo da época do ano ou da extensão do desastre ambiental , em 20 milhões de refugiados ambientais nas regiões asiática e africana. Países como Bangladesh, Níger, Vietnã e ilhas do Pacífico são constantemente castigados por enchentes , secas e erosões. Sem falar nas guerras étnicas que castigam o coração da África e Oriente Médio.
A realidade é que os refugiados ambientais deixam seus lares por pura falta de opção e se deslocam dentro do seu próprio país ou para países com a língua ,a cultura e religião similares. O lado financeiro também conta muito e os habitantes das regiões mais pobres são os que menos migram internacionalmente ( apenas 3% da população africana, por incrível que pareça! ) .
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
terça-feira, 3 de setembro de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Onomatopéias na era digital
Este termo de origem grega (ã-hã!) que significa invenção de palavras , através da imitação ou reprodução aproximada de sons ( Humm...) dá expressividade à fenômenos sonoros ( zap, vap, brum, zum...) , à atos sonoros ( Psst, ai!, uau!, ufa!) e até vozes de animais ( miau, muuu, au au, méee ). Ruídos e canto de animais, timbres de voz humana, sons da natureza, barulho de máquinas, gritos e sussurros fazem parte do universo da onomatopéias e, ainda que se pareçam , mesmo assim não são iguais.
A onomatopéia exige afinidade entre o nome e o sentido, por isso se esperaria uma similitude em vários idiomas mas isso não acontece regularmente. Assim que uma das primeiras curiosidades quando se aprende um outro idioma é a comprovação que estas figuras de linguagem não são universais. Custa crer que um cachorro não late da mesma forma dependendo do país onde ele se encontra. Na realidade tudo tem a ver com a nossa forma de perceber os sons e a translação fonética que fazemos.
Há que se frisar que cada língua convencionou a onomatopéia de maneira própria e que , até mesmo as expressões nitidamente onomatopeicas têm poucas semelhanças nos diferentes idiomas que se traduzem graicamente.
Existem 'sites' que disponibilizam ruídos de animais por todo o mundo e , divertidamente, se percebe a diferenciação, até entre idiomas similares .
A construção fonética de um som se modifica pela percepção diferenciada de cada idioma, assim como mostra o vídeo em espanhol sobre onomatopéias.
Essas figuras de linguagem começaram a expandir-se com os quadrinhos infanto-juvenis e ,pode-se dizer que sem onomatopéias os quadrinhos não seriam os mesmos e nem teriam tanta graça.
Na música , há quem diga que atualmente se ouve uma mistura de refrões onomatopeicos ( rá-tá-tá !, lê- lê- lê ...tchú- tchá, tcherere tchê tchê , lek leks e por aí OIOIOI ), ruídos e sons que não dizem nada mas querem dizer muito , inclusive com o corpo tal qual a reportagem da revista Época comentou.
Revista Época |
Se bem que a música brasileira começou a fazer sucesso lá fora com onomatopéias a là Carmen Miranda (Tico-Tico no Fubá, Aiai Aiai pede pra iôiô , pede pra iâiâ ) .
Projeto do CCBB do Rio de Janeiro "Onomatopéia não é palavrão" musicando o jeito brasileiro de parafrasear sons .
A internet popularizou o modo de se expressar através desta figura de linguagem , e em quase toda a conversação digital tem um zip, um spam , um print , um web e um blog...O gato pode não miar aqui como mia lá mas a linguagem digital conseguiu um feito inigualável : a arte de linkar o ser humano.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
A linguagem é o meio
básico para comunicar conhecimento e tradições, e tem como fim precípuo
propiciar ao ser humano socialização. Visto que através da comunicação o homem
adquire características próprias, intransferíveis e a cada passo define, de
maneira especial, sua identidade lingüística e social. A esse processo complexo
de construção da identidade lingüística assoma-se o regionalismo, aquilo que
lhe é peculiar.
Poder-se-ía dizer que
o indivíduo é a razão da comunicação e vice-versa. Também não seria leviano
estabelecer uma relação quase materna entre língua e cultura. Toda língua
étnica está intimamente ligada a uma cultura concreta e a uma nação, a um modo
de sentir e perceber o mundo.
Ênio, poeta latino do
século II a.C., falava três idiomas (o grego, o latim e o osco) e costumava
dizer que por isso tinha três almas. Afirmava com relação ao conhecimento de
uma língua: não se trata simplesmente de “uma maneira ou outra de dizer as
coisas” (table em vez de mesa, te quiero em vez de te amo),
mas de outra maneira de entender, de conceber, talvez mesmo de sentir o mundo.
A maior parte das
teorias sobre relação entre língua e realidade pode equivocar-se quando enumera
que a diferença entre os idiomas se resume nas diferentes formas de se referir
aos objetos do mundo que nos cerca (1).
A assimetria não se
restringe somente a objetos, mas também, e principalmente, a situações. Como
diria JanKov “Enquanto que na língua materna dizemos o que queremos, na língua
estrangeira, dizemos o que podemos”. Produzir reflexões sofisticadas e
refinadas em idiomas que não são maternos parece enfraquecer a substância do
argumento, pela simples razão que a língua da verdadeira criação é a língua
materna, como enfatizou Gouin.
Féal vai mais longe:
“Quando se fala uma língua que não se sente, expõe-se à incompreensão, não
somente no plano lingüístico, mas também no plano humano”.
Deste modo, aprender
um novo idioma até um alto nível de comunicação, além de servir para uma melhor
percepção do ‘outro’ e de seu mundo, serve ainda para unir os homens além das
fronteiras e barreiras lingüísticas e culturais. Dentro dessa aura de
integração chegou-se até a criação de uma língua auxiliar para a comunicação
internacional em 1887: o esperanto. Com base em vários idiomas (principalmente
o castelhano), o esperanto é uma mestiçagem produzida artificialmente e as
comunidades esperantistas, movimentos que propugnam a educação sem fronteiras.
A comunidade
esperantista é um dos poucos coletivos de âmbito mundial cujos integrantes
falam mais de duas línguas. Cada membro da comunidade aceitou a tarefa de
aprender pelo menos uma língua estrangeira, o que em muitas ocasiões, conduz ao
conhecimento e ao apreço de várias línguas, e em geral, um horizonte pessoal
mais amplo.
Mais de 150 estudos
de pesquisa conduzidos durante os últimos 35 anos vigorosamente apóiam o que
Goethe, o filósofo alemão, uma vez disse: A pessoa que conhece apenas uma
língua não verdadeiramente conhece essa língua. Pesquisas realizadas com
crianças no Canadá sugeriram que as bilíngües desenvolveriam mais flexibilidade
em seus pensamentos e um entendimento mais profundo da linguagem e mais eficaz,
especialmente na fase da alfabetização. Se comparadas as atividades cerebrais
das crianças unilíngües e bilíngües, estas últimas têm maior capacidade de
execução de outras tarefas cognitivas do que as primeiras, como resultado de
processamento de informação através de duas línguas diferentes.
Comprovadamente o
poliglotismo faz bem ao cérebro, não só contribui para a saúde cerebral do
indivíduo, como também libera energias para outras atividades cognitivas, como,
por exemplo, para a música, o esporte e o cálculo mental. Isto acontece porque
ao ser poliglota o indivíduo preserva a morte de uma quantidade de neurônios,
que conectados entre si por milhares de sinapses, asseguram um funcionamento
intelectualmente superior do cérebro e ao mesmo tempo menos custoso em esforço.
Se cientificamente
falar vários idiomas traz benefícios corporais ao indivíduo, o ato de (pelo
menos tentar) compreender o ‘outro’ através de sua língua cria uma integração
entre os seres humanos capaz de suplantar a ‘falsa’ globalização.
A linguagem é eterna,
tem uma carga de significados que incorporam histórias e conceitos e as
palavras aglutinam em si o significado mais puro da esperança.
“Quando buscamos o sentido próprio, profundo em relação à totalidade da existência, da atitude humana fundamental que chamamos esperança (esperanto), voltamo-nos para a linguagem”.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Idioma ou dialeto?
Idioma ou Dialeto ?
Do ponto de vista
linguístico não há nada que distinga língua
de dialeto. Ambos têm léxico e
gramática e quem fala um idioma e um dialeto regional é tão bilíngue quanto
quem fala dois idiomas.
Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer expressão lingüística que
não seja reconhecida como língua oficial de um país. Afinal, a
tradicional distinção entre língua e dialeto está fundada em critérios mais
políticos do que lingüísticos. Em geral, o que faz uma língua ser considerada dialeto
e não idioma é a ausência de literatura ou de tradição literária, o seu
não-reconhecimento pelo Estado ou mesmo a sua falta de prestígio. É preciso
lembrar que algumas línguas ágrafas,
como as nativas da África, Ásia e América, têm rica literatura oral,
transmitida por gerações em séculos. E através de estatísticas realizadas
recentemente e expostas no livro Ethnologue, das 7.015 línguas catalogadas mais de 5.500 são
faladas nestas regiões.
Há que se frisar, que os critérios estabelecidos são flexíveis e nem
sempre tão claros e certas distinções são imprecisas, posto que dialetos
ininteligíveis são unidos em um único idioma se compartilham uma mesma
literatura ou outra herança cultural.
Surgido em 1951 o guia de idiomas foi elaborado para missionários
cristãos, entretanto hoje é muito usado por empresas globais, governos e
instituições privadas. O guia , ao contrário do que muitos linguistas
preconizam, vem acrescentando a cada edição, mais idiomas. A penúltima ,em
2005, listava 6.912. Esta dissonância ocorre pela subjetividade dos critérios
analisados, dependendo de como se classifica dialeto ou idioma e como
bem afirma Paul Lewis ( linguista que administra o guia) “idioma é como mingau de aveia , tudo é muito vago perto das
extremidades”.
O que se pode afirmar com certeza é que muitas línguas desaparecerão por
pressão dos idiomas de cultura, seja
o idioma nacional do país, seja o inglês como língua global e dominante na área
de “business”.
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